26.12.06
0:01
Ano novo vem, novas ilusões, a primeira é pensar que seria agora uma nova etapa... é não, tenho a sensação de que nada muda tão já, tão assim de ontem pra hoje.
Vou pra praia, vou pular minhas ondinhas, encarar o sol de frente como há tempos não faço... mas isto não é mudança, é retorno.
Tenho sensações e uma delas é a de que esta "etapa" é longa ainda, e é gostosa pra acabar tão logo. Vou viver, sem esperança de mudar nada.
é isto, fiquei uns dias pensando se teria "resoluções" de fim de ano e acho que, se quero alguma coisa, quero assim como está: 'mudando dentro da repetição'.
23.12.06
21.12.06
reclamação nº 85963
e o sapato confortável não deu certo, no meio do dia eu tava descalça de novo
20.12.06
agora sim, o clima de dezembro me invade
querendo mudar muitas coisas, e elas acabaram me mudando mais
chorei por dores demais (muitas inventadas)
ganhei paixões pra todos os gostos
ganhei amores pros meus mesmos
dancei boas musicas,
participei de saborosas risadas,
esgotei algumas das forças, mas ainda encontrei reforços :D
amei tudo o o que vivi, na angústia e na graça,
há coisas que eu não repito
outras quero até enjoar - se enjoar.
foi um ano saudoso, passei boa parte dele só comigo - acho que o ano em que mais estive comigo (ainda assim, os que estiveram por perto consideraram pouco)
neste ano enriqueci, e perdi tudo muitas vezes - sempre há mais o que perder. Construí tanto mas ainda não aprendi que (ih, não aprendi, não sei..)
muitas participações especiais neste ano,
obrigada!
17.12.06
entre caetanos e chicos, mais um fim de semana se vai.
Roda Viva |
Vaca Profana |
12.12.06
tranqulidade
... ♪ muito leve, leve pousa ♪...
vem encostando uma sensação de leveza,
é como se pudesse dançar na areia movediça.
11.12.06
enlouquecedor:
25/07/06 | 000034 | manut cta | 15,00 |
02/08/06 | 000000 | deb cpmf | 0,05 |
25/08/06 | 000034 | manut cta | 15,00 |
04/09/06 | 000000 | deb cpmf | 0,05 |
25/09/06 | 000034 | manut cta | 15,00 |
03/10/06 | 000000 | deb cpmf | 0,05 |
25/10/06 | 000034 | manut cta | 15,00 |
03/11/06 | 000000 | deb cpmf | 0,05 |
27/11/06 | 000034 | manut cta | 15,00 |
04/12/06 | 000000 | deb cpmf | 0,05 |
10.12.06
8.12.06
6.12.06
Não, hoje não...
qualquer coisa
só semana que vem, no fim
(Cada mês parece que a tpm chega antes)
Eliza, pra vc pensar na letra, meu amor (pra mim tbm)
Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem de quem não tem vintém
Pedro pedreiro fica assim pensando
Assim pensando o tempo passa e a gente vai ficando prá trás
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
Esperando o trem, esperando aumento desde o ano passado para o mês que vem
REFRÃO
Pedro pedreiro espera o carnaval
E a sorte grande do bilhete pela federal todo mês
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem
Esperando a festa, esperando a sorte
E a mulher de Pedro está esperando um filho prá esperar também
REFRÃO
Pedro pedreiro está esperando a morte
Ou esperando o dia de voltar pro Norte
Pedro não sabe mas talvez no fundo espere alguma coisa mais linda que o mundo
Maior do que o mar, mas prá que sonhar se dá o desespero de esperar demais
Pedro pedreiro quer voltar atrás, quer ser pedreiro pobre e nada mais, sem ficar
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem
Esperando um filho prá esperar também
Esperando a festa, esperando a sorte, esperando a morte, esperando o Norte
Esperando o dia de esperar ninguém, esperando enfim, nada mais além
Que a esperança aflita, bendita, infinita do apito de um trem
Pedro pedreiro pedreiro esperando
Pedro pedreiro pedreiro esperando
Pedro pedreiro pedreiro esperando o trem
5.12.06
Figuinhas, no aeroporto
Mas valeu porque foi engraçado ver os ricassos, famosos, deputados e ministros com os celulares e notebooks engatilhados, disputando tomadas e requisitando ar condicionado pelo rádio.
Aos comuns, o mesmo.
Cinco horas de fome e nada pra fazer, esperando e conversando e esperando. Até parar de esperar lá pra esperar mais um pouquinho em outro lugar, e depois "aguardar" ali na fila...
Tudo isto custou caro, e me gastou um dia.
Voltei pra casa no fim, torcer pra amanhã dar certo.
4.12.06
3.12.06
2.12.06
back to bahia
Continuo sem ter o que escrever aqui, até tenho tido vontade de escrever mais, mas em horas inviáveis (no elevador, no carro, no restaurante...) depois, quando sento aqui e olho pra esta tela em branco, esqueço...
Acho que volto; não sei se volto.
agora: o Cortázar tá me dando um baile, eita conto difícil de entender que encontrei no meio do livro (sim, leio devagarzinho mesmo - pouco tempo livre). Difícil eu me convencer a ler sem entender o que to lendo, pra ver se uma hora entendo.
Já reli as primeiras páginas umas cinco vezes - cada hora com uma percepção diferente, mas tem uma hora em que acabo me perdendo e tenho que voltar de novo pro começo.
Já rabisquei uma nota do tradutor, e xinguei o filho da mãe em pensamento. Já deixei o livro de lado e voltei pra ele umas outras cinco vezes...
Vou tentar fazer as pazes; tava indo tão bem antes...
O que são as malditas mancúspias? e quem são "nós" - narradores do conto? e aqueles quadros clínicos, da onde vêm? Será que se ler em espanhol dá pra entender melhor?
(tirei os comentários daqui pq não quero respostas. Uma hora eu descubro...)
26.11.06
tenho escrito pouco
Assim que tiver um tempinho de "inspira-expira" (hehehe) troco este texto aqui por um comentário sobre o Bestiário. por enquanto me contento em manifestar minha admiração pelo Cortázar. Pena que esperei 23 anos e mais muitos dias pra lê-lo..
(rs, pagação de pau assim... declarada mesmo, mas juro que é fundamentada - se eu tiver saco pra escrever, depois explico melhor meus motivos)
23.11.06
"nóias"
Não acho que existam momentos equivalentes, mas sim horas em que umas pessoas se aproximam, ou que se afastam - por ser conveniente à ambos - mais fácil, ou à pelo menos uma das partes... Acho que se é de vontade mútua, sempre dá pra dar uma "ajudinha" pra que as coisas te aproximem ou afastem de alguém, mas isto é uma coisa a ser construída, e quase sempre é chato contruir isto, muita gente (inclusive eu) acaba desistindo no meio do caminho...
Eu queria ter algumas pessoas mais próximas, mas não tenho "governabilidade" nisto... Também quero que algumas convivências seja mais suaves, mais curtidas, e tenho me esforçado para que isto aconteça. O que não me torna uma santa, hehe, de forma alguma - é um movimento que faz parte da vida, me cabe tentar sempre entender os outros...
E é! Este blog, acho que virou isto mesmo... um painel pra alguns pensamentos meus, não o queria assim, mas é o que tenho tido vontade de escrever aqui, talvez numa tentativa inválida me contradiga (me ajude a pensar melhor, com outra visão sobre os mesmos temas)... Acho que acabo me expondo mais do que o necessário, mais do que gostaria, mas não me sinto acuada, tem me feito mais bem do que qualquer outra coisa. Sinto por vocês que leêm, porque acho que acaba ficando mais chato, né?
Por enquanto não tenho mais nada a dizer, tenho pensado muito. Sinto falta de parar de pensar e só viver, só curtir... mas fazer o quê, se não sei mais como parar?
22.11.06
21.11.06
nada novo
Tem vezes que sinto que estou aquecendo a nitroglicerina, chacoalhando, a segundos de mandar tudo pros ares, mas encontro algo - algo me encontra (apego? amor? carinho?) que abranda toda esta fúria. Outras vezes sou eu quem abafa o estrondo de coisas outras, e depois escorro em lágrimas, procurando força pra recompor a calma. Esta calma não é algo bom, é como dar um passo atrás, como esperar a árvore crescer pra então tentar arrancar a raiz... uma falta de força desanimadora.
Hoje estou assim, friozinho na barriga, e ainda assim firme como uma trincheira sob ataque (ou como a primeira fileira do batalhão). Mas sei que vou chegar em casa, e vou encontrar minha paz ali. Tenho um motivo, mas não sei se quero mesmo implodir.
Cresci e percebi que faz parte aprender a tomar decisões, e que algumas decisões são como jogar aviões no WTC, em sonhos por mim mesma construídos, castelos decorados e tudo. Não é o sentimento de mandar tudo ralo abaixo, é uma crença em estar arando o terreno pras novas safras... tudo tem que ser revolvido, a terra tem que ser rasgada, logo mais uma nova ordem se impõe.
(depois que comecei a escrever linhas de raciocínio, percebo como eu sempre acabo qualquer pensamento com um filete de esperança, de coisa boa que vem lá. Pensarei também sobre isto... hehe)
O rei na barriga
- homem pretensioso é o Ó do Borogodó...
Concordo.
20.11.06
cafuné
19.11.06
dependência
Preciso repensar o papel do café na minha vida.
18.11.06
=/
Estes mesmos pensamentos só fazem chover no molhado, e aqui chove muito - à revelia. Não quero falar de mim - mas nada mais interesante tem acontecido.
16.11.06
Se abrir seu coração
Será que tem som
Que sai uma bailarininha
dançado musica de caixinha
Tem alguma jóia
Repousando em veludo
Um diário secreto
escondido de tudo
Um mapa do tesouro
arco-íris e pote de ouro
um lago e um jardim
Se abrir seu coração
Será que tem um pouco de mim
Terá pássaros cantado
Uma brisa de flores soprando
Um calendário que só marca
o dia dos namorados
Uma porção da mata atlântica
vivos e alegres
micos leões dourados
Um azul de oceano
Se abrir seu coração
Será que acho meu futuro
Ou me pego de novo sonhando
14.11.06
lista #1
uma chopeira
um chapéu
um vestido lindo
mp3 player
mp4 player
maquina fotografica
musicas selecionadas
filmes selecionados
álbum fotografias (com legendas)
bilhetinhos
aquele livro
flores bem bonitas
uma planta bem verde
textos selecionados (ou escritos)
Beijos e abraços
incenso
pó de café (um bom pó de café)
perfume
colar e brinco
bolsas e roupas bonitas
panos bonitos
um roupão
uma viagem (presente pra mim este.. hehe)
tristinha
Antes ali nem tudo eram flores, mas tinha a poesia do dia a dia. As coisas não têm dado muito certa e nem tenho dado tanta risada assim, pra que tudo fique bem.
Preciso ouvir músicas mas "up" - nem rima, nem solução.
13.11.06
fluindo
(fui arrumar uma palavra digitada errado e esqueci o que era)
Lembrei! é que sonhei hoje, só lembro de uma cena, mas já é um recomeço! :)
12.11.06
ansiedade
Pois é... os desenvolvedores do eMule têm algo a aprender com a Microsoft...
11.11.06
tempo amarelo
retratos perdidos na bagunça do meu quarto, corroendo as bordas
chegará o dia em que será só papel em branco, pensamento esquecido?
este tom amarelado que toma os fins de tarde e me nubla os sonhos será, finalmente, dourado?
alone
chato estar solita, sem ninguém pra conversar.
chato o outro programa, no canal 47.
e o filme do 64 também.
e os livros da cabeceira idem.
ah! chato tudo o que tem na cozinha e no computador.
mas to de bom humor, animada e feliz.
é que to tão feliz, que sozinha é chato.
chato também não conseguir escrever algo fofo.
e ninguém online no msn.
passa tempo, passa tempo, passa
6.11.06
sintonia
Musiquinhas boinhas pra dançar.
"Essa ciranda não é minha só
ela é de todos nós, ela é de todos nós
a melodia principal quem guia
é a primeira voz, é a primeira voz
pra se dançar ciranda
juntamos mão com mão
formando uma roda
cantando uma canção..."
"Ô cirandeiro, cirandeiro ó
A pedra do seu anel, brilha mais do que o sol"
"Eu já falei com olhos, que te amo e você não me viu
Eu já falei com as mãos, que te quero e você não sentiu
Eu já fui até a Lua, pra tentar te convencer
e acabei, conquistando a Lua.
Só não conquistei você
Eu já fui até a Lua, pra tentar te convencer
e acabei, namorando a Lua.
Só não namorei você."
...
5.11.06
manhãzinha
Não tira nada da graça do meio dia, estalado de quente.
mas é mais bonito.
28.10.06
arquitetando os fracassos, para que cresçam nesse chão de pedra.
25.10.06
Sexos
A impressão que dá é a de que os homens não se aflingem, ou que não querem deixar-nos saber disto; ao passo que nós escancaramos tudo. Não, não é de graça, não é fraqueza, o que queremos é um pouco solidariedade e sensatez masculina - por isto desabafar/reclamar/resmungar/chantagear/lamentar/sonhar/criar/imaginar tanto.
uma "amostra grátis" do que tá por aí:
http://www.megeras.com/
http://hormoniosas.blogspot.com/
http://descontrol.blogspot.com/
http://www.raiz-do-tempo.blogspot.com/
http://umbiguismos.blogspot.com/
(aceito indicações)
23.10.06
20.10.06
o ultimo post confuso
fins de tarde
Fiquei com ela na cabeça por muito tempo, qual é a vida dela? que razões ela vê em tirar a água e recolocar? será que vê? será que é uma brincadeira, como de quando a gente é crinaça, que pra ela faz sentido ainda? Porque a presença dela pode incomodar tanto as pessoas? atrapalhar o trânsito... gerar desconforto...
Me impressionou, que ela estava bem na frente de um bar, e as pessoas que trabalhavam no bar estavam claramente sentindo um desconforto muito grande com a presença dela.
Depois passou, parei de pensar nela, esqueci. Aí hoje ela esta lá de novo, em outra poça, mas repetindo sistematicamente o movimento com o balde. Entretida.
Faz sentido encucar com isto? afinal, a vida não é puro entretenimento?
Minutas
música tem me pego demais, não sei se me rouba da minha vida ou se me joga ela na cara, não entendo qual é a sensação, o fato é que qualquer ritmozinho me faz me mexer, qualquer letra me faz pensar, qualquer palavra me faz lembrar mil músicas e todas elas me lembram mil sensações. Toda música que ouço penso: vou colocar no blog pra lembrar depois.
___________________
Freud explica:
ontem errei, troquei as palavras, ao invés de falar: "a minha vida anda uma bagunça", falei: "o meu blog anda uma bagunça"
=/
___________________
Palavras também tem me feito pensar, acho que to entendendo melhor muitos significados (pensando em signo - significado - significante). Certamente, estou lendo muito melhor. Amando a linguagem escrita (isto pode me trazer problemas no trabalho, mas é tão legal).
____________________
Algumas palavras que nunca na vida fizeram tanto sentido:
Insegurança, insensatez, exagero, esquecimento, concretude, descompasso, angústia, ansiedade, tristeza, solidão, euforia, inconstância, fé, esperança, desespero, confiança, desilusão, crença, ilusão, calma, delicadeza, gratidão e paciência.
____________________
A última: nestes dias me dei conta que eu sou o que eu queria ser quando crescer... Me deu um medo. Desespero... isso quer dizer que to "adultificando"? (teve um desgramado que me chamou de "senhora" no metrô! que quis matar ele! quando eu era criança, era coisa de adulto não gostar de ser chamada de senhor... =/)
Mas aí ontem eu tava pensando e vi que não, não tem nada a ver... afinal, eu ainda não cheguei na parte do "feliz para sempre" =P
___________________
última':
Queria colocar tudo sobre o Miguilim aqui.
Ler Guimarães Rosa é muito sem graça, ele é tão foda que dá vontade de escrever nunca mais, nada.
19.10.06
O leminski explicou (pra variar)
quando chove,
eu chovo,
faz sol,
eu faço,
de noite,
anoiteço,
tem deus,
eu rezo,
não tem,
esqueço,
chove de novo,
de novo, chovo,
assobio no vento,
daqui me vejo,
lá vou eu,
gesto no movimento.
18.10.06
reclamação
Não aguento mais esta montanha russa de sentimentos e emoções (sem falar no efeito sanfona...).
Hoje o horóscopo fala que estou toda "ego" e poder... amanhã toda altruista, vai entender...
Mas não é só o horóscopo não, se fosse eu não ligava, o problema é o dia a dia. Um dia radiante de feliz, outro triste, triste. Uma hora amo, noutra odeio.
Só a desilusão é constante. =/
Pior é que nem quero "compaixão" blerghhh... Acho que é bom pra aprender este período...
queria só um abraço.
17.10.06
Puta que pariu!
ai, que desespero! eu não consigo me entender.
escrever "eu" não faz sentido...
reitero: alguém, por favor explica "eu" pra mim?
16.10.06
Chegou!
Bão Balalão
Senhor Capitão
Tirai este peso
Do meu coração
Não é de tristeza,
Não é de aflição:
É só de esperança,
Senhor capitão!
A leve esperança,
A áerea esperança...
Aerea, pois não!
- Peso mais pesado
Não existe não
Ah,livrai-me dele,
Ney Matogrosso - Rondo do Capitão (melhor com secos e molhados)
Roubei de novo!
Migalhas de pele
quais migalhas de pele
te alcançaram, e,
na confusão dos teus poros,
se confundiram com a tua própria,
folhas de outono
perdidas entre o ciclo das estações?
qual o círculo vertiginoso da
rotina, fixa, que esconde
seu movimento na mobilidade
dos olhos distantes e secos?
talvez os passos sejam esses
dos seus pés de pássaro
(a asa ou o vento quebrado?)
ou da mão hesitante que
tenta derrubar o vínculo
da violência silenciosa
e sutil,
mas que pára na delicadeza
do tempo e da espera.
(Eu tinha pedido pro Guilherme este texto há um tempão já, mas fiquei enrolando pra postar aqui (sempre erro no timming, tomara que agora não pareça estranho). Foi das primeiras coisas que vi, acho, do que ele escreveu. Gosto pq além de linda, acho delicada. Tem mais no blog dele e em outros, se vc for clicando por lá...)
11.10.06
itinerário
Eu acho que...
às vezes tiro com as mãos
às vezes provocação"
Bom, se pra ele vale, pra mim não vale, sempre fui o exato oposto: assim que olho pra alguém, a primeira coisa que vejo é tudo o que há de bom, só vejo o bem mesmo, não fico pensando minhoquinhas (assim, num primeiro momento). Penso nas coisas mais lindas que as pessoas podem ter, e trazer. Também sempre recebi críticas por isto - falam que é ingenuidade, inocência, imaturidade, tolice... Foda-se. Estas críticas não me mudam, me deixam triste, mas não me mudam. Recebo sim muitas coisas boas desta confiança prematura que dou às pessoas.
Também costumo dar sem esperar receber em troca e se recebo sempre é muito bem-vindo! Mas às vezes me canso, claro, às vezes acho que tudo é muito injusto. É que o carinho que eu vou juntando se acumula, é tanto e me faz tão bem, que fica difícil abrir mão. Onde deveria crescer a raiva, se enraiza uma mágoa, tristeza. Nestes casos, preciso garimpar a raiva, pra poder voltar ao começo. Preciso ver a sua cara, sentir a temperatura, fazê-la amadurecer. Acontece que comigo, raramente a raiva tem vida própria.
10.10.06
9.10.06
vendo a vida rir bem pertinho, sem tocar
tenho guardado as coisas que me ferem
e ficam reverberando dentro
Pra fora só o que é supérfluo, o que não importa
o que é de dentro só erra mesmo
tenho tranformado bons ventos em suspiro, garoa em tempestade
não quero apontar dedos nem justificar meus erros
(que são muitos e dos quais não quero fugir)
comigo, a solidão
de resto, aparência.
mistura
Há um tempo atrás, num dia de tédio no trabalho, achei um site de citações (não lembro mais qual =/) Guardei algumas nos rascunhos do email, junto com outras coisas que então faziam sentido. Hoje tava fazendo uma dolorosa faxina no email, mas não quis jogar as citações fora. Elas não estão bem referenciadas, nem fazem sentido agrupadas desta forma... quis mudar de lá pra cá, junto com outras coisas que achei no meio de tudo e não sei se fui eu que escrevi ou se fui eu que copiei e colei de algum lugar...
Esses dias tenho feito coisas boas, tenho parado pra sentir a vida - sem necessariamente viver ao mesmo tempo. Agora sei que posso sentir, que consigo parar pra pensar, que consigo felicidade.
Ella Fitzgerald - Let's Face The Music And Dance
There may be trouble ahead
But while there's music and moonlight (moonlight and music)
and love and romance
Let's face the music and dance
Before the fiddlers have fled
Before they ask us to pay the bill, and while we still have that chance
Let's face the music and dance
Soon, we'll be without the moon
Humming a different tune - and then...
There may be teardrops to shed
So (But) while there's music and moonlight (moonlight and music)
and love and romance(Let's face the music and dance, dance)
(Let's face the music - let's here that music)
Se tudo existe é porque sou. Mas por que esse mal estar? É porque não estou vivendo do único modo que existe para cada um de se viver e nem sei qual é. Desconfortável. Não me sinto bem. Não sei o que é que há. Mas alguma coisa está errada e dá mal estar. No entanto estou sendo franca e meu jogo é limpo. Abro o jogo. Só não conto os fatos de minha vida: sou secreta por natureza. O que há então? Só sei que não quero a impostura. Recuso-me. Eu me aprofundei mas não acredito em mim porque meu pensamento é inventado. (Clarice Lispector)
Mas amanhã é um novo dia, vai ser. O passado foi, é hoje. O que é agora será então amanhã como o agora era ser ontem. (Ulisses)
a vida é sempre algo em que pensar em cada momento e ver tudo à volta como um mundo novo. (joyce)
É preciso não esquecer e respeitar a violência que temos. As pequenas violências salvam-nos das grandes
(Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres)
Muitas coisas você só tem se for autodidacta, se tiver a coragem de ser. Em outras, terá que saber e sentir a dois (Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres)
Há um grande silêncio dentro de mim. E esse silêncio tem sido a fonte de minhas palavras. E do silêncio tem vindo o que é mais precioso que tudo: o próprio silêncio. Por que é que você olha tão demoradamente cada
pessoa? Ela corou: - Não sabia que você estava me observando. Não é por nada que olho: é que gosto de ver as pessoas sendo (Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres)
Os dias prósperos não vêm ao acaso: são granjeados como as searas, com muita fadiga e com muitos intervalos de desalento (camilo c branco)
E o que é que eu faço? Que faço da felicidade? Que faço dessa paz estranha e aguda, que já está começando a me doer como uma angústia, como um grande silêncio de espaços? A quem dou minha felicidade, que já está começando a me rasgar um pouco e me assusta. Não, não quero ser feliz. Prefiro a mediocridade. Ah, milhares de pessoas não têm coragem de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sentir-se feliz e preferem a mediocridade. Ela se despediu de Ulisses quase correndo: ele era o perigo (Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres)
Porcaria
7.10.06
discordando... (ou confissão)
Mas não é senhor da razão, no sentido de ser dono dela... se fosse, não ia ficar passando tanto por aí... ia parar nas melhores horas.
Bom, e tem outra... na minha idade, essa coisa de razão é tão retrógrada... rs
comentário
paciência???
Paciência - Lenine
5.10.06
Espelho
Da primeira vez que eu vi esse olhar dela não foi de lá, foi daqui, era eu que olhava, e também não era ela lá, era outra. E eu sei bem o que é que passava na minha cabeça enquanto eu olhava, e isso é o que mais me faz ter medo do olhar dela. Mas ela me olha faz tanto tempo! Ninguém espera tanto - uma hora a gente desiste: toda a gente desiste. Eu desisti, cansei de esperar, sabia que o que eu esperava tava lá só que fundo demais, longe demais... desisti, cansei. E ela, não cansa nunca?
Ela não sai de trás de mim, do lado, de espreita... até dormindo me vê. De vez em quando eu esqueço e cruzo o olhar, aí ela sorri, deve ser um bom sinal mas eu que não me arrisco mais. Da última vez que eu vi, quase que me afoguei, perdi o ar, perdi o chão, o sangue empedrou e nada o fazia correr de novo... Isso me faz fugir dela, evitar andar na minha própria casa, evitar falar, segurar minhas mãos – mas não estou me escondendo, estou só adiando.
Outras vezes me encho de coragem e falo. Junto tudo o que é força, torcendo de tudo pra que não precise de tréplica, e falo. Mas aí, quando começa a passar o ar pelas cordas vocais as palavras fogem e no desespero eu acabo pensando qualquer outra coisa, balbucio umas palavrinhas bestas caçadas na hora. Aí está o erro: eu bato. É sem querer: um não sei, quem sabe, talvez... qualquer palavra que a deixe na dúvida - que sei que pra ela a dúvida é pior que um tiro (e se eu falo não sorrindo, é na verdade um sim disfarçado, escondido, pra ela achar, mas ela não quer nem saber, nem procura - talvez já esteja de saco cheio.) Ela retruca as porradas sem pestanejar, responde às minhas cócegas com rasteiras, cada provocação com um tiro, um bico, cara feia. Me mata aos pouquinhos, vai vendo.
Hoje tem jogo do meu time na tv e ela não pára de olhar, quem é que se concentra pra ver um jogo com ela olhando? Na final do brasileiro, pedi pra ela parar, ir ver filme no quarto, ler um livro, sair com as amigas, o quer que fosse... e ela não gostou, ficou bravinha, juntou as coisas e foi embora. Ficou uma semana longe de casa, voltou no dia seguinte, mas não me falou pra onde foi. Nem fazendo bico. Aqui, foi como se ela não tivesse ido: continuava na casa, me olhando. Foi pior, tava no trabalho, e até no banheiro a desgramada foi me ver. Essa semana, um dia, foi foda, ela não saiu do meu lado, me azucrinando. Depois ainda ficou triste quando eu falei que ela não largava do meu pé; acho que ela não percebe.
4.10.06
Chega!!!
Difícil não resistir, insistir no erro, afundar mais e mais... mas não; não tem porque... vou é pegar o impulso pra voar... ouvir quietinha e seguir o conselho.
Chega? chega então...
Pronto!
pra não passar em branco...
O ritmo no ar
Um animal que ronda no véu do luar
Eu saio dos seus olhos eu rolo pelo chão
Feito um amor que queima
Magia negra, sedução
Como uma deusa você me mantém
E as coisas que você me diz
Me levam além
Aqui nesse lugar
Não há rainha ou rei
Há uma mulher e um homem
Trocando sonhos fora da lei
Como uma deusa você me mantém
E as coisas que você me diz
Me levam além
Tão perto das lendas, tão longe do fim
Afim de dividir
No fundo do prazer
O amor e poder
Rosana - O Amor E O Poder
(C. de Rouge/G. Mende/J. Rush/M.S. Applegete - Versão: C.Rabello)
(tanta gente pra compor ISSO???)
3.10.06
2.10.06
Reeeeeespeitável Públicoooooo......... ???????
E ainda me forçam a "assinar em baixo" com o meu voto, como se eu tivesse escolhido esses e outros bostas que agora estão lá... ferrando com a educação pública de qualidade e dando grana pro desenvolvimento da indústria...
Isso sem falar no outro lá.. o governador eleito sei lá onde (acho que é no Maranhão, depois confirmo) que é o maior produtor de soja do país... hahaha só pode ser piada, né???
(mas não é =/)
Bora pro segundo turno...
29.9.06
Roubei. Duas vezes...
Este post seria um roubo duplo se eu não tivesse pedido pro autor, o Tony Monti. Tem o texto inteiro em algum lugar lá no blog dele, só que eu não sei onde... Faz o seguinte: procura lá que certamente vc vai topar com muitas outras coisas boas....
Acabou Chorare
Acabou chorare, ficou tudo lindo
de manhã cedinho
tudo cá-cá-cá, na fé, fé, fé
no bu-bu-li-li, no bu-bu-li-lindo
no bu-bu-bolindo
talvez pelo um buraquinho
invadiu-me a casa
me acordou na cama
tomou o meu coração
e sentou na minha mão
abelha. abelhinha
acabou chorare
faz zum-zum pra mim
faz zum-zum pra eu ver
abelha, abelhinha
escondido faz bonito
faz zum-zum e mel
inda de lambuja
tem o carneirinho
presente na boca
acordando todo gente
tão suave mé, que suavemente
acabou chorare
no meio do mundo
respirei eu fundo
foi-se tudo pra escanteio
vi o sapo na lagoa
entre nessa que é boa
fiz zum-zum e pronto.
28.9.06
na modorra das tardes de domingo...
ai, que preguiça...
26.9.06
Fúria
Eu não morri, matei - e matei raivosamente, com vontade mesmo, com toda a minha alma. Depois de matar ainda fiz questão de fazer picadinho da "coisa" (é, não era uma pessoa, era uma coisa, em forma de pessoa). No sonho, tanta era a ira, que eu queria me certificar que o corpo carbonizado, decapitado e seco estivesse morto mesmo. Pra isto, subi em cima da cama onde ele estava e batia nele com toda a minha força (que é pouquinha, mas pra mim faz efeito) eu também arrancava camadas de pele dele, como se estivesse descascando uma cebola... No fim, uma terceira pessoa teve que me tirar de lá, me segurar e me acalmar. Mas não funcionou bem, acordei assustada. Mau humor até agora.
Não gosto de matar, e ainda acho que o negócio não morreu direito, nem virou pó.
23.9.06
e outra...
Que mesmo parecida, diferente.
Um idioma que é mais meu,
apesar das mesmas palavras.
As vezes mesmo em absurdo silencio
só estou contando estórias,
filmes, livros, sonhos, conversas,
etcetera...
Estou até fazendo promessas
Não é só força de expressão
Falo esta língua que você não entende bem
Mas a que você fala, fica idem, idem.
Sem tradução.
mais uma do meu pai, vai...
Uma marreta na bigorna dos ouvidos e ainda
estiletando o rim e o fígado e aqui
passando o nariz na maquina de moer e ainda
as pernas quebradas e aqui
A boca amordaçada e ainda
Os olhos piscando cacos de vidro e aqui
Acido sulfurico no estômago e ainda
vísceras expostas e aqui
Triturado facilmente os pés e ainda
Esfolada a pele e aqui
Desmanchada a alma em soda caustica e ainda
Desinfetado o coração e aqui
Castrado com navalha e ainda
Desintegrado o cérebro e aqui
A mesma alma no mesmo espirito de porco
Ainda e aqui agora mais um pouco
20.9.06
Sério mesmo
em casa
18.9.06
mais um sonho
Não sei como, um espinho de um baiacú me pegou na palma da mão, e foi o maior medo que eu já senti. O risco confirmado, a certeza do fim. Delicadamente, você tirou o espinho, que saiu ensanguentado e doeu. Então me levantei, fui em direção ao resto. A cada passo um peixe virava folha seca; eu sabia que era disfarce, mas nem ligava; não tinha mais nada a perder.
15.9.06
14.9.06
Prisão
Às vezes penso que só quando eu morrer vou conseguir viver. Sei que isto não é privilégio meu, muita gente o sabe. Mas estou com vontade de contar como sinto...
É que dá uma vontad e de sair voando por aí, se misturando com as coisas. Ontem no meio da tarde eu não estava no escritório mas sim dentro do ônibus, em frente ao cemitério do Araçá, e pensei no "descanse em paz", deu uma paz no coração: as árvores, o sol refletido nos túmulos. Depois pensei que lá dentro do cemitério tem tanta gente, e deve ter tanta gente chata, acho que isto não funciona muito bem... Quando eu morrer, quero ficar no mato. Ou num lugar que nem o filme a praia (só de espreita, não participando...)
Será que a morte é muito solitária?
12.9.06
4.9.06
mundo cruel
Lá na pracinha alguém plantou um pé de pêssego. É uma árvore mirradinha e feinha que tem lá, bem na heitor penteado, parece que vai morrer a qualquer hora. Nunca dei nada pra ela, nem ninguém. Aí, há um tempinho atrás ela começou a dar um botãozinho de flor - as folhas todas tinham caido, só reparando bem é que dava pra ver o botão. Os galhinhos marrons escondiam aquela bolinha branca. Pra saber dela, tinha que parar pra olhar a árvore. E lá não é lugar de parar, a heitor é uma via de fluxo até que intenso, ninguém pára por ali, e se pára, é pra esperar o ônibus. Nessas grande avenidas não se proseia parado pra não perder tempo. Tudo, todos passam rápido por ali, até o próprio tempo. Assim, as bolinhas foram se multiplicando até que um dia, antes da hora do trabalho, uma delas explodiu. E pronto: tava ali, bem no meio da rotina da heitor penteado, a florzinha mais bonita da região. E ninguém via; mesmo quando os galhinhos mirradinhos já estavam forrados de florzinhas; salpicados de branco e rosa, nin-guém parava. Eu também nem reparei mais; tinham tantas e estavam ali todos os dias, acabaram virando parte da mesmice. Outro dia, lancei o olhar na árvore, e no lugar das florzinhas, vi alguns pêssegos, também pequenininhos e delicados (eu queria saber onde é que tem outro pé de pêssego pelo bairro...).
Hoje, depois de muito procurar a árvore, escondida no meio da paisagem cinzenta, vi que não tinha mais nenhuma fruta.
29.8.06
epifania
"o sol ensolalará a estrada dela... a lua alumiará o mar... a vida é bela, o sol, a estrada amarela... e as ondas, as ondas, as ondas, as ondas..."
"ela faz cinema, ela faz cinema ela é tal... sei que ela pode ser mil, mas não existe outra igual..."
(ai, ai... passa hora, passa...)
Conversa de amigas.
Lú: Nossa Má, você tem que tomar isso aqui, é uma delícia!
Má: É bom? Que que tem aí?
Lú: É mate, com aveia, leite e tamarindo.
(eu chego na mesa)
Má: aA, acho que eu não quero. Moço, me traz uma água...
Eu: Lú, deixa eu dar um gole?
Lú:Claro...
Eu: (bebo, faço careta) Nossa Lú, que coisa ruim! o que é que é isso?
Má: hahahahahahaha
_______________________________________________
Outro momento, mesmas amigas
Lú: Nossa, foi lindo! o maior momento de amor da minha vida, tava lá em Salvador, numa pracinha mágica, e ele lá, tocando chorinho na flauta transversal... me apaixonei na hora!
Eu: (suspiros)
Lú: Uma hora antes do meu vôo pra São Paulo, não deu tempo de conhecer melhor o grande amor da minha vida! Ele me levou pro hotel, mas... Entramos no carro, ele me abriu a porta, pediu pra me dar um beijo... disse que eu era linda...
Má: Nossa, que fedor!
Eu: hahahahahahahaha
28.8.06
agradecimento
26.8.06
postura na vida...
(trecho de aquarela, toquinho e vinicius)
Humilhação pública.
Cara do Poupatempo: Bom dia, gata
ela: (sorri) Bom dia.
Cara do Poupatempo: Não era pra você não, era pra ela.
23.8.06
21.8.06
Casulo
Uma vez vi na TV que existe uma espécie de lagarta (não sei se era lagarta, pelo que me lembro era um bicho que não sofria metamorfose, o casulo era só uma espécie de proteção que ele carregava) que estava sendo aproveitada por uma designer de jóias... ela as criava em cativeiro deixando à disposição pedras preciosas, que o bicho juntava no casulo, e quando estava pesado demais, o largava. O casulo ficava lindo mesmo, meio transparente (pena que eu não fui suficientemente organizada pra anotar o nome da espécie - e não encontrei no google!)
( Às vezes, quando eu estou quase dormindo, algumas frases ou imagens disparam no meu quase sono e vão sendo trançadas, envoltas na seda desse estado de consciência. Faço questão de juntar todas, não deixar escapar uminha - são proteção pros meus sonhos)
armadilha
Lavoura Arcaica - Raduan Nassar. (p 147)
16.8.06
2. Hoje é um dia de saudade, vêm umas imagens à mente:
a chuva de folhinhas amarelas na praça da Sé, mas não na praça toda (tudo nela acontecia muito rápido, e as folhinhas caíam l e n t a m e n t e, o outono resistia à esse inverno que corre em direção ao verão). Não sei bem porque, mas o dia de hoje teve o aspecto de anos atrás; de coisas que eu não parei pra viver, do tempo que passou rápido demais, mas não marcou o peito. O mesmo ritmo dos filmes sérios, dos narradores realistas.
Comecinho da noite, o calor castigando todas as almas dessa cidade (a pele em comunhão com o todo), e a mesma ausência, o dia inteiro incomodando. Sentei no metrô pra ler, fui e voltei duas vezes até o final - não por que o livro estivesse inebriante, nem as pessoas instigantes... não desci porque queria estar sozinha, em um lugar em que a solidão estivesse protegida. Outras pessoas passaram, em outros ritmos; parece que algo me ajudava a mantê-las longe do meu esconderijo, como ímãs virados ao contrário. Tinha que voltar pra casa, pena que não tem um bar no caminho (pensei que não gosto de tomar cerveja sozinha porque talvez não consiga essa certeza absoluta de estar só - e estar, só). Hoje eu estava presente.
15.8.06
pergunta
13.8.06
Musical...
calma alma minha
calminha, ainda não é hora de partir...
Trechinho de Alma Nova (do Zeca Baleiro / Fernando Abreu), me lembra sempre domingo de manhã.
dia dos pais
12.8.06
crises...
(queria conseguir sentir o que eu penso. O contrário é fácil, mas não muda nada.)
11.8.06
faca de dois gumes
Ah! nome novo, acho que este vai ser mais duradouro... estava pensando nele, há um tempo. E ontem a aula me fez retomar o pensamento... O professor recomendou um livro sobre como a espécie humana é só mais uma espécie única, entre milhares de espécies únicas, mas esqueci o caderno em casa.
(queria tanto que este blog não fosse em primeira pessoa, mas sofro de incontinência verbal...)
9.8.06
outra conclusão
7.8.06
presente de aniversário
Aniversário, Joana,
Recife, indios, paixão,
Escola, lição, irmã,
Cacau, Biriba, Joana
Amor, carinho, gratidão
Paixão, saudades, irmã
Desarrumação, Joana
Valdemar, jornal
Rondônia, móto,
Joelho, Joana
USP, Madre Paula
Musica, poesia, intuição
Acerola, cupuaçu
Joana, chocolate
Sonho, amor, paixão
Carinho, delicadeza, insônia
Andaime, médico,
Joana, desespero
Provas, reunião,
Vestibular, Irmã
Paixão, carinho, dependência
Mariane, Milena, Gabizinha,
Joana , Irmã
Alma, eternidade
Comida, cozinha,
Amor, Joana
Lílian, Fernanda, avô
Madrugada, Neurose, vida
Amor, filha, benção, Deus
Surf, rap, filme
Guarujá, Mongaguá
Joana Arari
Eliza, Tiago, NAI
Marilia, Sesc, São Paulo
filha, historia, geografia
História, Florianópolis
Bruno, Guilherme, internet
Joana, amiga
Felicidade, choro
Discussão, mãos
Sorriso, bonita
Desleixo, sutil
Verdade, carinho,
Joana, morango
Golfinho, bichinho
Distancia, chorinho
Bom gosto, gosto
Inteligência
Mundo, justiça
Joana Botton
Baleia, esquimó
Etcetera, etcetera, etcetera,
Mesmo se repetindo
Em um universo de uma palavra só
passado
Não vivo mais num tempo de olho por olho, dente por dente. Respondo as provocações com indiferença e pra cada resposta atravessada, um belo foda-se. Meu mundo vai ser do jeito que eu fizer. Não vou mais correr risco nem acreditar em ilusões. A vida é em preto e branco, o que vem em cores é só o supérfluo. Perfume acaba, suor não.
(recado pra mim mesma:) Finca os pés no chão e deixa que cresça até florescer, e as flores também podem ser em tons de cinza, em milhares de tons de cinza nunca antes experimentados. Caleidoscopicamente floresça, que há beleza no que parece triste, e a força vem dessa mesma água que agora te rega os olhos.
2.8.06
teste as sensações,
Quem já sentiu o frescor da água turva, que escorre nos primeiros minutos de tempestade, lavando os seus pés purulentos, como se fossem mais uma escultura emporcalhada pela merda das pombas?
Só quem respira fundo é que sente como o cheiro da podridão impregna.
(... faltou falar do suor, catarro, menstruação e da poeira que cheira doce quando é guardada, das mãos cinzentas de um estranho, ao tocar rudemente o pedaço de carne frágil que carrega entre as pernas. Prova de que é homem e vive.)
1.8.06
Do ideal
indizivelmente belas
essas estátuas mutiladas...
- com a matéria indivisível do ar -
o gesto de um braço... uma cabeça anelada... um seio...
tudo o que lhes falta!
31.7.06
matar ou morrer?
30.7.06
Janelas Abertas Nº2
Sim, eu poderia abrir as portas que dão pra dentro
Percorrer correndo os corredores em silêncio
Perder as paredes aparentes do edifício
Penetrar no labirinto
O labirinto de labirintos
Dentro do apartamento
Sim eu poderia procurar por dentro a casa
Cruzar uma por uma as sete portas, as sete moradas
Na sala receber o beijo frio em minha boca
Beijo de uma deusa morta
Deus morto, fêmea de língua gelada
Língua gelada como nada
Sim, eu poderia em cada quarto rever a mobília
Em cada uma matar um membro da família
Até que a plenitude e a morte coincidissem um dia
O que aconteceria de qualquer jeito
Mas eu prefiro abrir as janelas pra que
entrem todos os insetos
29.7.06
Conclusão:
(acho que nem consigo...)
Segundo o "oráculo" do orkut, minha vida mudou completamente hoje... será que foi alguma resposta atravessada que eu dei?
25.7.06
Terça de manhã...
“- Poupatempo, colega?
“- tsc-tsc...”
“- Foto pra documento é aqui, se for renovar carta é para o outro lado...”
"... participar das apreensões da nossa lavoura, vou pedir a chuva e o sol quando escassear a água ou a luz sobre as plantações, contemplar os cachos que amadurecem,..."
“- Bom dia, amiga”
“- Dia”
"... estando presente com justiça na hora da colheita, trazendo para casa os frutos, provando com tudo isso que eu também posso ser útil; tenho mãos abençoadas para plantar, ..."
“- Foto pro poupatempo?”
“- Não, obrigada”
"... querida irmã, não descuido o rebento de cada semente, e nem o viço em cada transplante, sei ouvir os apelos da terra em cada momento, sei apaziguá-los quando possível, sei como dar a ela o vigor pra qualquer cultura, e embora respeitando o seu descanso,...
“Bom dia, amiga. Indo trabalhar?”
“Arram...”
“Bom trabalho.”
“... brigada”
“... vou fazer como diz o pai que cada palmo de chão aqui produza; sei muito sobre a cultura nos campos, e serei também exemplar no trato dos nossos animais, "
“Vai tirar foto, princesa? Aqui é mais barato.”
“(...)”
“... eu que sei me aproximar deles, conquistar-lhes a confiança e a doçura do olhar, nutri-las como se deve, preparando o farelo segundo meu apetite,”
“Renovar a carteira de habilitação?”
“... ministrando no cocho os sais que forjam a força dos músculos, arrancando a erva daninha que emagrece nossos pastos, ceifando o capim na boa altura, virando-o ao calor e à umidade da atmosfera, fenando-o em feixes ou em fardos quando preciso, eu que sou destro no manejo da foice e do forcado; sei ordenhar as vacas, sendo extremoso com...
24.7.06
Segunda de manhã...
“Foto pro poupatempo?
Não obrigada”
(... Quantos poetas / Românticos, prosas / Exaltam suas musas / Com todas as letras / Eu te murmuro / Eu te suspiro / Eu, que soletro / Teu nome no escuro / Me escutas, Cecília?...)
“Vai tirar foto hoje?”
“Não, obrigada.”
“Renovar a habilitação?”
“Não obrigada, to indo trabalhar”
“Bom trabalho, então.”
(... Mas eu te chamava em silêncio / Na tua presença / Palavras são brutas...)
“Bom dia.”
“Diiiiia...”
“Tirar foto hoje?”
“Não, não...”
(... Pode ser que, entreabertos / Meus lábios de leve / Tremessem por ti / Mas nem as sutis melodias / Merecem, Cecília, teu nome / Espalhar por aí...)
“Bom dia amiga.”
“Bom dia.”
“Indo trabalhar já?”
“Já tá tarde...”
“Bom trabalho então.”
“Obrigada, pra você também...”
(... Como tantos poetas / Tantos cantores / Tantas Cecílias / Com mil refletores...)
"Foto pro poupatempo?"
"Não obrigada."
"Renovar a habilitação?"
"Não obrigada."
"Xerox?"
"Não."
"Exame médico, psicotécnico..."
"Não obrigada, estou indo pro trabalho..."
(... Eu, que não digo / Mas ardo de desejo / Te olho / Te guardo / Te sigo / Te vejo dormir...)
17.7.06
chutando a autocrítica...
Me surprendo, alegre
e todos os sorrisos
que não são tantos como deveriam,
não tão claros quanto poderiam
mas são.
.
Quando eu escrevia singular, pluralizavam.
Agora, ao me querer plural, singularizo.
Inconstância
É preciso aprender a aprender. E não esperar, viver.
...é que isso de saber não sabendo; de admirar, respeitar, e mais que querer - está me fazendo um bem... (confiança nessa vida!)
Eu tenho uma sensação estranhinha (mas boa) de medinho, de falta de gravidade. Como se eu fosse mergulhar de cabeça, mas saísse voando.
12.7.06
proto - conversa I
nem atire nos pés...
O corpo pende pra frente,
Você pode quebrar a cara.
________________________
Posso abrir mão,
soltar o peito
me livrar das correias
Arranco os pés se for preciso
Não vou cair,
vou abrir as asas.
30.6.06
29.6.06
Sedentos pela verdade - como todo bom policial norte-americano - interrogaram o cara até ele confessar que cortou a própria mão porque sofria de tendinite e não aguentava mais a dor.
Os médicos se reuniram numa salinha, e minutos depois voltaram com a notícia:
- Olha, sua mão já está no centro cirúrgico e nós vamos começar agora a te preparar para a cirurgia de reimplante.
- De jeito nenhum! Se vocês reimplantarem eu corto de novo!
28.6.06
17.6.06
passou, passou...
Engraçado é que depois de bater um pouco a sola do pé no chão, toda essa raiva do mundo passou.
16.6.06
Uma outra pessoa
Eu devo pra Deus e o mundo e o diabo tá fazendo questão de vir me cobrar pessoalmente.
5.6.06
e vem as novas tecnologias...
Ele (na sala): Docinho, onde é que você falou que tá mesmo?
Ela (na cozinha): Tá aí amor, dentro da pasta "meus documentos"
Ele: Mas eu tô aqui, não to achando
Ela: Vê então se tá na pasta que tem meu nome.
Ele: Também não tá... onde é que você salvou?
Ela (no quarto): O amor, eu não lembro, vê se tá no desktop...
Ele: O que é que é desktop?
Ela (na cozinha de novo): Desktop lindinho, aí onde ficam os ícones dos programas...
Ele: Não, não tá. Como é que é mesmo o nome do arquivo?
Ela (no banheiro, gritando): Lei 12.257.
Ele: só isso?
Ela: Sim, só isso. Acha pra mim, to super atrasada.
Ele: Mas não tô achando, acho que não tá aqui hein...
Ela: Como não? Eu tenho certeza que eu salvei.
(ficaram nisso horas)
Eu (acordada pela conversa - de mau humor): Caramba, o SEU arquivo deve estar aqui, ó! Quando for assim, vai no localizar arquivo que o computador acha.
Eles: Obrigado!
Eu: Da próxima vez não vou vir aqui, vocês precisam aprender se virar sozinhos...
Ele: Mas se a gente tem você, pra que a gente tem que aprender?
Eu: Por que têm! Vocês não podem ficar dependendo de mim assim...
Ela: Então pra que é que a gente tem você?
=/
2.6.06
Será que tem som
Que sai uma bailarininha
dançado musica de caixinha
Tem alguma jóia
Repousando em veludo
Um diário secreto
escondido de tudo
Um mapa do tesouro
arco-íris e pote de ouro
um lago e um jardim
Se abrir seu coração
Será que tem um pouco de mim
Terá pássaros cantado
Uma brisa de flores soprando
Um calendário que só marca
o dia dos namorados
Uma porção da mata atlântica
vivos e alegres
micos leões dourados
Um azul de oceano
Se abrir seu coração
Será que acho meu futuro
Ou me pego de novo sonhando
(presente que ganhei do meu pai)
Mural de sonhos
Também já tinha quase prontas as outras duas camadas que faltavam, estava tudo perfeitamente calculado.
Entra na cozinha meu primo.
- Deixa eu te ajudar.
- Não precisa, obrigada! Está tudo sob controle!
- Pô, você é fogo, nunca deixa ninguém te ajudar... Deixa eu te ajudar, o que é que custa? eu to sem fazer nada, quero fazer aqui com você o pavê, eu quero te ajudar, quero participar.
- Mas não dá! Não tem nada que dê pra eu passar pra você fazer. Se eu parar o que estou fazendo pra te explicar como me ajudar, o brigadeiro que tá no fogo vai queimar. está tudo certo, o pavê tá quase pronto. Confia, vai ficar bom!
(tarde demais, ele já tinha pego uma colher, enfiado bem no meio do pavê, das 2 camadas que já estavam prontas no pirex e mexido, estragando tudo)
13.5.06
Ciclo
o mundo volta ao normal.
As coisas se acertam
o encanto passa.
O principe volta a ser sapo,
e a princesa
desconsolada,
trapo.