29.8.06

passa nuvem negra...

epifania

ó atrasildos, agora é a hora: o chico anunciou mais oito shows em São Paulo... eu não vou me preocupar com isto, já tenho ingresso pra essa semana e tô contando as horas... torcendo pro frio passar pra ir com a roupa que eu tinha planejado há um mês, desde quando comprei o ingresso... E agora? Qual roupa? Será que compro mais um, pra ir com a roupa que eu queria? e pra ver mais um show inteirinho, só do Chico.... ai, ai... uma semana inteira pensando nisso...

"o sol ensolalará a estrada dela... a lua alumiará o mar... a vida é bela, o sol, a estrada amarela... e as ondas, as ondas, as ondas, as ondas..."

"ela faz cinema, ela faz cinema ela é tal... sei que ela pode ser mil, mas não existe outra igual..."


(ai, ai... passa hora, passa...)

Conversa de amigas.

Esperando a hora do cinema, na mesa do café.
Lú: Nossa Má, você tem que tomar isso aqui, é uma delícia!
Má: É bom? Que que tem aí?
Lú: É mate, com aveia, leite e tamarindo.
(eu chego na mesa)
Má: aA, acho que eu não quero. Moço, me traz uma água...
Eu: Lú, deixa eu dar um gole?
Lú:Claro...
Eu: (bebo, faço careta) Nossa Lú, que coisa ruim! o que é que é isso?

Má: hahahahahahaha
_______________________________________________
Outro momento, mesmas amigas
Lú: Nossa, foi lindo! o maior momento de amor da minha vida, tava lá em Salvador, numa pracinha mágica, e ele lá, tocando chorinho na flauta transversal... me apaixonei na hora!
Eu: (suspiros)
Lú: Uma hora antes do meu vôo pra São Paulo, não deu tempo de conhecer melhor o grande amor da minha vida! Ele me levou pro hotel, mas... Entramos no carro, ele me abriu a porta, pediu pra me dar um beijo... disse que eu era linda...
Má: Nossa, que fedor!

Eu: hahahahahahahaha

28.8.06

agradecimento

Me sinto na obrigação de agradecer aos que vieram antes de mim, aos que começaram a dar toques de requinte à nossa, então modesta, forma de nos comunicar, desde os que esboçaram as primeiras palavras... obrigada por terem dado origem à ironia. Ela, e só ela é tão capaz de dar alegria e satisfação nos momentos de mau humor... de trazer ambiguidade à vida, que é sempre tão cheia de certezas. Saibam, se ainda puderem fazê-lo, que proporcionaram-me muitas coisas boas.

26.8.06

postura na vida...

"E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo /Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva / E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva /Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel / Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu."
(trecho de aquarela, toquinho e vinicius)

Humilhação pública.

Metrô da Sé, 9 da manhã, um tantão de gente passando, um outro tantão de gente parada.
Cara do Poupatempo: Bom dia, gata
ela: (sorri) Bom dia.
Cara do Poupatempo: Não era pra você não, era pra ela.

23.8.06

21.8.06

Casulo

Mariposas da família Psychidae (na foto, exemplar da espécie Oiketicus kirbyi). Assim que a larva sai do ovo, ela começa a construir uma casa de areia, pedrinhas, pedaços de folhas, líquens, gravetos ou outros materiais que ela cola com seda, produzida por suas glândulas labiais. Conforme a lagarta cresce ela aumenta sua casa, sendo que certas espécies podem alcançar de 10 a 15 cm de comprimento. É o chamado bicho-de-cesto. Muitas fêmeas jamais saem da casa, não desenvolvendo asas. (foto e textos copiados e colados daqui...)

Uma vez vi na TV que existe uma espécie de lagarta (não sei se era lagarta, pelo que me lembro era um bicho que não sofria metamorfose, o casulo era só uma espécie de proteção que ele carregava) que estava sendo aproveitada por uma designer de jóias... ela as criava em cativeiro deixando à disposição pedras preciosas, que o bicho juntava no casulo, e quando estava pesado demais, o largava. O casulo ficava lindo mesmo, meio transparente (pena que eu não fui suficientemente organizada pra anotar o nome da espécie - e não encontrei no google!)

( Às vezes, quando eu estou quase dormindo, algumas frases ou imagens disparam no meu quase sono e vão sendo trançadas, envoltas na seda desse estado de consciência. Faço questão de juntar todas, não deixar escapar uminha - são proteção pros meus sonhos)

armadilha

"...e quanto mais engrossa a casca, mais se torturam com o peso da carapaça, pensam que estão em segurança mas se consomem de medo, escondem-se dos outros sem saber que atrofiam os próprios olhos, fazem-se prisioneiros de si mesmos e nem sequer suspeitam, trazem na mão a chave mas se esquecem que ela abre, e, obsessivos, afligem-se com seus problemas pessoais sem chegar à cura, pois recusam remédio; a sabedoria está precisamente em não se fechar nesse mundo menor..."

Lavoura Arcaica - Raduan Nassar. (p 147)

16.8.06

1. mais uma conclusão: tem sempre um jeito bom de se dizer uma coisa brega. Também tem jeito brega, pra dizer coisas boas... eu é que não tenho jeito mesmo!

2. Hoje é um dia de saudade, vêm umas imagens à mente:
a chuva de folhinhas amarelas na praça da Sé, mas não na praça toda (tudo nela acontecia muito rápido, e as folhinhas caíam l e n t a m e n t e, o outono resistia à esse inverno que corre em direção ao verão). Não sei bem porque, mas o dia de hoje teve o aspecto de anos atrás; de coisas que eu não parei pra viver, do tempo que passou rápido demais, mas não marcou o peito. O mesmo ritmo dos filmes sérios, dos narradores realistas.
Comecinho da noite, o calor castigando todas as almas dessa cidade (a pele em comunhão com o todo), e a mesma ausência, o dia inteiro incomodando. Sentei no metrô pra ler, fui e voltei duas vezes até o final - não por que o livro estivesse inebriante, nem as pessoas instigantes... não desci porque queria estar sozinha, em um lugar em que a solidão estivesse protegida. Outras pessoas passaram, em outros ritmos; parece que algo me ajudava a mantê-las longe do meu esconderijo, como ímãs virados ao contrário. Tinha que voltar pra casa, pena que não tem um bar no caminho (pensei que não gosto de tomar cerveja sozinha porque talvez não consiga essa certeza absoluta de estar só - e estar, só). Hoje eu estava presente.

15.8.06

pergunta

em 1 semana, 0 comments... pq ninguém vê, pq é tudo uma bosta e as pessoas têm vergonha de falar, pq falo tanto que não deixo o que comentar, pq devo desencanar disso aqui, ou pq vcs são uns bundões mesmo???

13.8.06

Musical...

... eu digo
calma alma minha
calminha, ainda não é hora de partir...

Trechinho de Alma Nova (do Zeca Baleiro / Fernando Abreu), me lembra sempre domingo de manhã.

dia dos pais

Churrascão na laje da casa da tia. Tios bêbados, pai alegre, baralho, dominó, abraço, primos, priminha. Prima triste, tudo tem pressa, apresso o churrasco: - Neno, já tem coraçãozinho? - Não Jô, ainda tá cru. Truco ladrão... Saudade de fundo, cerveja de refresco, Mafalda pro riso. A alegria rodeando tudo. Ê beleza!

12.8.06

crises...

Crise de sinusite, e culpa. Duas intrusas.
(queria conseguir sentir o que eu penso. O contrário é fácil, mas não muda nada.)

11.8.06


Olha que foto legal que a Leda tirou no museu da Lingua Portuguesa... quero conhecer o museu; nem sei de quem é a instalação, mas achei muito boa, muitas vezes o mundo é assim!

faca de dois gumes

Tinha milhões de coisas que eu queria escrever aqui, mas pensei tanto, que esqueci!!!

Ah! nome novo, acho que este vai ser mais duradouro... estava pensando nele, há um tempo. E ontem a aula me fez retomar o pensamento... O professor recomendou um livro sobre como a espécie humana é só mais uma espécie única, entre milhares de espécies únicas, mas esqueci o caderno em casa.

(queria tanto que este blog não fosse em primeira pessoa, mas sofro de incontinência verbal...)

9.8.06

outra conclusão

silencio é bom, às vezes. também pode fazer muito mal. pensar demais é um mal, falar de menos é exercício.

7.8.06

presente de aniversário

Cabelo, bolo, avião,
Aniversário, Joana,
Recife, indios, paixão,
Escola, lição, irmã,
Cacau, Biriba, Joana
Amor, carinho, gratidão
Paixão, saudades, irmã
Desarrumação, Joana
Valdemar, jornal
Rondônia, móto,
Joelho, Joana
USP, Madre Paula
Musica, poesia, intuição
Acerola, cupuaçu
Joana, chocolate
Sonho, amor, paixão
Carinho, delicadeza, insônia
Andaime, médico,
Joana, desespero
Provas, reunião,
Vestibular, Irmã
Paixão, carinho, dependência
Mariane, Milena, Gabizinha,
Joana , Irmã
Alma, eternidade
Comida, cozinha,
Amor, Joana
Lílian, Fernanda, avô
Madrugada, Neurose, vida
Amor, filha, benção, Deus
Surf, rap, filme
Guarujá, Mongaguá
Joana Arari
Eliza, Tiago, NAI
Marilia, Sesc, São Paulo
filha, historia, geografia
História, Florianópolis
Bruno, Guilherme, internet
Joana, amiga
Felicidade, choro
Discussão, mãos
Sorriso, bonita
Desleixo, sutil
Verdade, carinho,
Joana, morango
Golfinho, bichinho
Distancia, chorinho
Bom gosto, gosto
Inteligência
Mundo, justiça
Joana Botton
Baleia, esquimó
Etcetera, etcetera, etcetera,
Mesmo se repetindo
Em um universo de uma palavra só

passado

Página de um diário velho:
Não vivo mais num tempo de olho por olho, dente por dente. Respondo as provocações com indiferença e pra cada resposta atravessada, um belo foda-se. Meu mundo vai ser do jeito que eu fizer. Não vou mais correr risco nem acreditar em ilusões. A vida é em preto e branco, o que vem em cores é só o supérfluo. Perfume acaba, suor não.
(recado pra mim mesma:) Finca os pés no chão e deixa que cresça até florescer, e as flores também podem ser em tons de cinza, em milhares de tons de cinza nunca antes experimentados. Caleidoscopicamente floresça, que há beleza no que parece triste, e a força vem dessa mesma água que agora te rega os olhos.

2.8.06

teste as sensações,

Só quem olha pra baixo é que sabe das baratas e vê os ratos cruzando as sombras nas calçadas mijadas dessa cidade. Falo dos que não se deixam levar pelas vitrine$, nem permitem que olhar escale as pernas macias das puta$ expostas na sarjeta.
Quem já sentiu o frescor da água turva, que escorre nos primeiros minutos de tempestade, lavando os seus pés purulentos, como se fossem mais uma escultura emporcalhada pela merda das pombas?
Só quem respira fundo é que sente como o cheiro da podridão impregna.

(... faltou falar do suor, catarro, menstruação e da poeira que cheira doce quando é guardada, das mãos cinzentas de um estranho, ao tocar rudemente o pedaço de carne frágil que carrega entre as pernas. Prova de que é homem e vive.)

1.8.06

Do ideal

Como são belas
indizivelmente belas
essas estátuas mutiladas...
- com a matéria indivisível do ar -
o gesto de um braço... uma cabeça anelada... um seio...
tudo o que lhes falta!