16.8.06

1. mais uma conclusão: tem sempre um jeito bom de se dizer uma coisa brega. Também tem jeito brega, pra dizer coisas boas... eu é que não tenho jeito mesmo!

2. Hoje é um dia de saudade, vêm umas imagens à mente:
a chuva de folhinhas amarelas na praça da Sé, mas não na praça toda (tudo nela acontecia muito rápido, e as folhinhas caíam l e n t a m e n t e, o outono resistia à esse inverno que corre em direção ao verão). Não sei bem porque, mas o dia de hoje teve o aspecto de anos atrás; de coisas que eu não parei pra viver, do tempo que passou rápido demais, mas não marcou o peito. O mesmo ritmo dos filmes sérios, dos narradores realistas.
Comecinho da noite, o calor castigando todas as almas dessa cidade (a pele em comunhão com o todo), e a mesma ausência, o dia inteiro incomodando. Sentei no metrô pra ler, fui e voltei duas vezes até o final - não por que o livro estivesse inebriante, nem as pessoas instigantes... não desci porque queria estar sozinha, em um lugar em que a solidão estivesse protegida. Outras pessoas passaram, em outros ritmos; parece que algo me ajudava a mantê-las longe do meu esconderijo, como ímãs virados ao contrário. Tinha que voltar pra casa, pena que não tem um bar no caminho (pensei que não gosto de tomar cerveja sozinha porque talvez não consiga essa certeza absoluta de estar só - e estar, só). Hoje eu estava presente.

2 comentários:

Anônimo disse...

esse é um comentário de fórceps...porque eu não sei comentar. há o que comentar, jô. sim, há o que comentar! entretanto não há, aqui, uma comentadora. então lá vai, desse jeito torto mesmo: muito bom esse pousti...

Anônimo disse...

Nossa!!!! Vc sempre escreveu bem assim?????
Está tudo lindo!!!!
A sua cara.....

Te amo

Sabina