17.4.09

Não vou esquecer você

Não quero esquecer do cheiro de Caracaraí a noite, nem do cheiro do peixe no barracão perto da orla. Não quero esquecer da professora Chica, nem da Aurilene, não queria fazer confusão com os nomes. Não podia esquecer de pegar os dados e de contar os livros e de fotografar as escolas, mas o que não quero mesmo é perder o timming das piadas com o Marinho e silenciar a risada da baixinha, nem perder a corrente do Alex. Não vou mais esquecer como a floresta domina a cidade. Não vou esquecer que aqui chove toda a noite e todo o dia e toda a noite e garoa mais um dia todinho, e que é água pra tudo o que é canto e que é planta pra tudo o que é lado e que é bode pra tudo o que é pasto e consolo pra tudo o que é pranto.

12.4.09

Distâncias Mínimas

um texto morcego
se guia por ecos
um texto texto cego
um eco anti anti anti antigo
um grito na parede rede rede
volta verde verde verde
com mim com com consigo
ouvir é ver se se se se se

(Paulo Leminski)

4.4.09

coisas boas

querer ir, sabendo que sentirá saudade
ganhar dois abraços por isto :)
se pegar pensando em coisas boas e perceber que do lado de fora da janela é o parque ecológico do tietê
a lua mais baixa que o avião, no céu (incrível, por sinal!)
(acabei de chegar, depois continuo...)

Continuando:
a organização do bananal
os buritizais, mais uma vez...
o lavrado
os tuiuius (?) soltos no lavrado
gavião rondando
os montes cortando o horizonte
a lua gigante e baixa
o sorriso da Neta
a garra do Venicildo
o carinho do Luisinho
a alegria das "panteras cor de rosa"
o olhar de soslaio da Hozana
era mesmo ardósia?
era mesmo mármore?
o capricho do barracão da vovó letícia
o tamanhão da Dalvanir
tocar Cafe Tacuba na balada!
a revoada de marrecos de manhazinha
as risadas misturadas ao som da cachoeira
a Iana gritando: Piaba! Piaba! Piaba! (tadinha...rs)
ganhar sardas novas, o sol marcando na pele
beijinho pra passar no corredor: pedágio
ter os olhos molhados ao lembrar de casa
ter os olhos molhados ao esquecer
conhecer os mediadores de longa data
parar na estrada, só pra falar oi
a filha do Marinho!
a expressão da Baixinha
cumprimentar com cheiro (pq é que a gente não usa isto em sp? é tão legal!)