11.10.06

Eu acho que...

Meu pai, diria:
"Garimpo bons sentimentos
às vezes tiro com as mãos
às vezes provocação"

Bom, se pra ele vale, pra mim não vale, sempre fui o exato oposto: assim que olho pra alguém, a primeira coisa que vejo é tudo o que há de bom, só vejo o bem mesmo, não fico pensando minhoquinhas (assim, num primeiro momento). Penso nas coisas mais lindas que as pessoas podem ter, e trazer. Também sempre recebi críticas por isto - falam que é ingenuidade, inocência, imaturidade, tolice... Foda-se. Estas críticas não me mudam, me deixam triste, mas não me mudam. Recebo sim muitas coisas boas desta confiança prematura que dou às pessoas.
Também costumo dar sem esperar receber em troca e se recebo sempre é muito bem-vindo! Mas às vezes me canso, claro, às vezes acho que tudo é muito injusto. É que o carinho que eu vou juntando se acumula, é tanto e me faz tão bem, que fica difícil abrir mão. Onde deveria crescer a raiva, se enraiza uma mágoa, tristeza. Nestes casos, preciso garimpar a raiva, pra poder voltar ao começo. Preciso ver a sua cara, sentir a temperatura, fazê-la amadurecer. Acontece que comigo, raramente a raiva tem vida própria.

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