12.1.07

mãe solteira

Nos meus sonhos eu levo uma espécie de "vida", é tudo muito curioso. Tenho uma vida que é sofridinha nos sonhos, mas é feliz. Quando falo dos sonhos digo desta série em que se enquadra o de hoje, não lembro de todos, mas lembrei deste de agora e ele tinha ligação com outros, no sonho eu fazia referência à episódios anteriores da vida e eles eram muito concretos, como coisas já antes sonhadas Estranho mesmo e ruim, foi um sonho ruim.



Começou quando eu estava dando à luz, não era um hospital nem nada apropriado para fazer partos, eu estava sentada num vaso sanitário com uma mulher me encarando de frente e gritando: "vai, faz força agora", ela pegou o meu filho e levou pra longe de mim, prum beliche e eu terminei de dar à luz e voltei pras atividades do dia a dia. Era um espécie de gincana, mas algo muito sério e tinha um senhor que comandava. Estava claro que para ele eu não era alguém recebida lá de bom grado, toda hora ele me lembrava que eu não podia dar mancada e que era perigoso para ele eu estar lá, que se alguém perguntasse eu não o conhecia e dava mil e uma indiretas para eu ir embora. Ele tinha articulado para eu estar lá, mas era frágil, era arriscado e ele só o fez porque sabia da minha vontade; era importante para mim estar lá, eu não voltaria atrás, preferia correr os riscos.



E esqueci do filho, até que chegou a hora de contar para o pai, de escolher nome e registrar. Um detalhe é que o pai estava preso, e eu não conseguia falar com ele. Fui até a casa dele, onde morava muita gente e tinha um piscina bem suja na parte de fora. Ninguém estava em casa, como eu estava acompanhada resolvi nadar um pouco enquanto esperava. A piscina era imunda, nem deve ser chamada de piscina, parecia um laguinho. Era raso e eu e a pessoa que estava comigo ficamos fazendo ioga na água, posições que testava resistência e concentração. Em uma delas eu ficava submersa, servindo de apoio para uma acrobacia do outro, e eu não conseguia, ficava tremendo. Quando levantei para tomar fôlego, tomei também uma bronca: "viu como é difícil? você é exigente demais, nem consegue fazer a posição e fica cobrando isto das nossas alunas - agora eu era professora - levantei o pé e mostrei que tinha levado uma picada na ponta do dedão, o bicho ainda estava cravado no dedo, e por isto eu não consegui equilíbrio.



Eu estava vestida com uma bermuda preta e uma blusa listrada de azul e branco, na piscina, no laguinho eu avistei uma borboleta morta, com a mesmíssima cor e estampa da minha roupa. A pessoa que estava comigo ficava querendo que eu grudasse uma borboleta morta na minha blusa, por causa da coincidência e eu achei a idéia nojenta.



Nisto, no meio desta discussão acordou o irmão do pai do meu filho, dando uma baita bronca por estar na piscina dele na surdina. "da próxima vez você fala mais alto, ok?" De sorridente fiquei séria e falei que tinha um assunto sério a tratar. Sentamos no chão, eu disse: "Eu preciso falar com o Roberto (o nome correto seria outro, na hora eu troquei e não consertei porque o interlocutor entendeu) o mais rápido possível, é urgente e é sério"


"E o quê você quer que eu faça?" Frio.

"Não sei Renato, dá um jeito, é um assunto que interessa para ele também"

"Joana, você só traz problemas"

"Lembra quando eu te pedi para falar que eu havia engravidado?"


Ele encarou longamente minha barriga, aí é que entrou o sonho anterior, eu lembrava de outro sonho de ter conversado com ele pelo computador, contado tudo; lembrava também de ter falado com o pai da criança, e de toda a nossa vida anterior. Lembrei que ele foi preso pelo processo trabalhista que sofreu, motivado por ciúme de alguém com quem eu o havia traído e que o queria longe. No sonho anterior eu o tinha visitado na cadeia e lembrei bem do cheiro da cela, o lugar era muito parecido com o lugar em que tive o filho.

"Lembro que você me pediu isto, e eu falei à ele" ( eu já havia falado com ele depois disto e soube que ele já sabia, e que ele havia ficado feliz com a notícia - tinha a certeza de que independenete de tudo o que tínhamos vivido nos amávamos.)

"Pois é, meu filho nasceu, e eu quero que ele saiba, quero que ele veja a criança se quiser, ele já não esteve nos enjôos, não viu a luta contra as estrias, não me viu como elefanta a andar e nadar por aí. Nosso filho é lindo e é um presente pras nossas vidas, quero falar isto pra ele, como faço?"

"Pode deixar que eu falo"

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